quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Com Licença Poética

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
- dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade da alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
- Adélia Prado

Esse poeminha fala de mim.
Em resposta à Carlos Drummond de Andrade, que nasceu pra ser coxo na vida, Adélia me cantou em seus versos: eu sou!
E lá vai eu, ser mais...



O rodapé da imagem diz: "Ninguém pode sonhar por ti!"

Nenhum comentário:

Postar um comentário