terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Finally: hello!

Você entende que está realmente internalizando uma cultura quando começa a pensar no idioma estrangeiro. Quando descrever certas coisas em sua língua mãe fica meio difícil, as palavras fogem, se transvestem de britânicas... pra falar com sua família em português você precisa pensar um pouquinho e todas as regras de acentuação, que outrora eram simples, começam a se enrolar sob a justificativa de que esses tracinhos e pontinhos são desnecessários. E, realmente: são. Em inglês a gente não os usa e ninguém morreu... É estranha a sensação e eu não imaginei senti-la em dois dias! Minha cabeça não sabe o que fazer: o costume de pensar em português se choca com a novidade de pensar em inglês. E o mais engraçado de tudo é que além de ser em inglês ainda é com o sotaque dos irlandeses e, esse sim, peguei super rápido.
Hoje eu preciso ser breve porque tenho que dormir... meu relógio biológico acha que ainda é cedo, mas não :(
O clima: sofri muito no primeiro dia, meus dedos ficavam roxos, endureciam, doíam. Chorei muito no hotel em Dublin, principalmente quando vi minha família no Skype. Passei frio na rua, também. Aí cheguei em casa, Galway é linda, pequena, simpática... assim que amanhece o dia ele é até quentinho, depois começa a chover. Hoje tomei meu primeiro banho de chuva. Os irlandeses não se protegem da chuva: eles simplesmente convivem com ela. Se molham sem muito problema e dificilmente eles aparentam sentir frio. Tem uns que andam de braços nus, quase um escândalo! Eu ainda não consigo ficar sem luvas.
A comida: Não. Ou é tudo muito verde ou muito vermelho... já perdi peso. Como chocolate, tomo sucos, chás, leite... comida mesmo, tô tendo uma certa dificuldade.
As pessoas: melhor impossível... me identifico demais com eles, parece que eu já fui irlandesa em outra vida ou algo assim. Nenhuma dificuldade. São lindos, receptivos, educados, pacientes, gentis... hoje eu fui no escritório da instituição onde eu vou trabalhar e uma das funcionárias fala irlandês (sim, existe!), e ela me recebeu com uma frase em irlandês que significa "bem-vinda mil vezes", é assim que eles tratam a gente. Toda a gente. Não encontrei discriminação de nenhuma forma na Irlanda. Pelo contrário: eles sãao simpáticos, solidários e generosos. Impossível não se dar bem com eles, e olhe que eu não sou lá de tão simples convivência...
Meus roomates (as pessoas que vivem na casa comigo): descrição acima elevada à potência máxima. Tem até alemão que abraça aqui.
Por hoje é só... preciso nanar!
Beijos, Brasil...
E eu não sinto sua falta. Really.
Não tenho a menor saudade do Brasil, tenho saudade das pessoas que eu deixei aí! Mas não tenho mais nenhum plano de ficar. À essa altura, volto, me formo, e venho de novo. Tenho considerado a Bélgica e, inclusive, estudar francês é um dos meus planos back there in Brazil... mas morar aí, não.
Anyways, amo vocês, família, amigos, sweet strangers...
Nighty night!

Um comentário:

  1. penso da mesma forma.. mesmo que ainda não tenha saido do Brasil.. preciso de um lugar assim.. de pessoas humildes, simples, carinhosas e educadas.. porque do circo que eu vivo aqui.. ja estou farta'

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